sábado, 3 de maio de 2008

(E o silêncio como um envelope enfiado debaixo da porta...)

E o silêncio como um envelope enfiado debaixo da porta...
...vinte e quatro estrelinhas coloridas (adivinhadas com esse olho torto que sabe contar no vento) saltam pra me dizer “a caneta ate que tinha tinta, mas faltou o bloco”
Um bloco branco, de preferência.
Já existe em mim um cansaço demais dessas tintas fortes emanadas pelas esquinas escuras, dos néons em feriados.
Férias desses néons em feriados, por favor.
Corro (que nada! ando, com uma calma de coração empurrando os pulmões) até um curandeiro assustado, um xamã sem tambor, um sacerdote triste, e lhe conto meu milagre de estrelas foscas na tarde brilhante (ou seria o contrario?)
Ele me diz que tudo está bem, que nada morreu e isso só pode ser sinal de felicidade.
Como alguém pode saber sobre tudo... e ainda que esse tudo esteja bem?
Se nada morreu, então por que essa urgência de ter de acreditar no amor com o olho torto, lembra?
E quem me garante que a felicidade, essa fresta de luz que banha livros brandos, precisa de códigos ou senhas?
Que sinal é esse, sem cor que o identifique, sem signo que o revele, ou calor que me possa conduzir?
E sendo conduzida, espero não encontrar tantos charlatões no caminho.
Nem tantas estrelas.
Nem tantas portas com envelopes passados por baixo, por dentro...
m.r
t.
(... de um sussurro desesperado e frágil.
num dia quase que qualquer...
um envelope cinza com cheiro de...)
.dezessete.horas.e.quarenta.e.três. minutos

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