segunda-feira, 9 de novembro de 2009

!tellas

bala fruit-tella!
beijo gosto fruit-tella!
domingo cheiro fruit-tella!
sexo com fruit-tella!
leite com fruit-tella!
fruit-tella no dedo!
dedo na fruit-tella"
ontem eu comi doze fruit-tellas,
 recheio chocolate
 existe,
sérissimo!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma poesia leve, tímida, tentando atravessar esse medo de nada, de tudo...

sábado, 11 de julho de 2009

(nu dos dias)

corto as unhas passo duas gotas de creme no cabelo
 perfume aqui, perfume ali
relógio no pulso
isqueiro no bolso
 que bolso?
estou pelada na rua! estou nua no centro da cidade e ninguém me vê
 ninguém me vê andando pelada na rua.
compro um café o moço do buteco não percebe minha nudez
sento na praça, bebo meu café e fumo meu cigarro
...mais um dia desses em que andamos nus sem que ninguém perceba.

sábado, 27 de junho de 2009

(bilhete dois, marsial)

tempo bom para os bons amigo. é isso que percebo enquanto olho pela vidraça a chuva que aos poucos começa a cessar... tem muita pseudo felicidade por ai, muita mancha de sangue escondida em baixo do lençol de casais apaixonados. ...e eu permaneço quieta, serena, vendo meus dias preenchidos de cores e nuvens de crepon. [confesso: aprendendo a ser um pouco egoísta, como quase todos.] Muita coisa boa vindo por ai, vejo pela estrada... se cuida e se proteja, te quero sempre bem. abraços inteiros thane.

sábado, 20 de junho de 2009

(das coisas imóveis)

Acordei espalhada em pedaços pela cama.
Quis chorar.
Levantei, fui até o banheiro,
com as mãos sobre a pia olhei meu rosto marcado.
O lápis borrado, a cara borrada, o peito borrado,
Desmanchei... virei àgua borrada.
Àgua é difícil juntar e colocar num pote.
Passei um pano em mim.
Me olhei de novo no espelho
me sinto suja aos vinte e um,
me sinto suja nesse sábado, nesse corpo.
Quando eu era pequena e recriminava minhas atitudes
eu me batia na cara,
eu me batia na cara.
Quis me bater na cara por estar tão assim, imóvel.
(o velho clichê de ver a vida passar)
chorei.
chorei e lembrei das palavras de um amigo:
"quando você chora, pense que pode ser por outra coisa..."
Não amigo, hoje não pode ser por outra coisa.
Minha imobilidade me consome.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

(vontade de enfiar esse lápis no peito)

nessa tarde de quarta me acho meio perdida no corredor "vontade de enfiar esse lápis no peito" ela disse! eu aqui pensando: "Pare de escrever besteira e vá ler um livro menina" Lembro de uma carta de Caio Fernando... colo aqui pra me guiar um pouco. porque sim, ando, ainda, perdida! Trecho de Carta ao Zézim - Caio Fernando Abreu Porto, 22 de dezembro de 1979 (...) Você me pergunta: que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tUdo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som, alimentando a Pobre. Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Tá substituindo a maconha por Jesusinho? Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem. Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? DANEM-SE, demônios. Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida. Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud. É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, freqüentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na CultUra, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo. Raramente me engano. Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente. E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente. Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido. Pausa. (...) E te cuida, por favor, te cuida bem. Qualquer poço mais escuro, disque 0512-33-41-97. Eu posso pelo menos ouvir. Não leve a mal alguma dureza dita. É porque te quero claro. Citando Arantes, pra terminar: "Eu quero te ver com saúde I sempre de bom humor I e de boa vontade". Um beijo do Caio (....)

(aqui dentro, só eu sei)

ando numa urgência de cores, assustadora! muita coisa acontecendo dentro da chuva, (e nada de arco iris indicando algum caminho.) então a gente segue o vento... uma voltinha ao menos!

terça-feira, 16 de junho de 2009

(carta cinco; para ludy querida)

oi princesa, é dia quinze de junho, dia de pagar a C&A, dia de querer pular o dia 19, dia de parar o relógio e escrever pra ti, desligo o som. Demorei pra digerir o texto que me escreveu ontem, me deu uma daquelas pontadas, punho pulsando... sabe?! Li e olhei pro meu reflexo na tela fria do pc, quis ver uma mulher de 32 anos, 64kg, marido e filho esperando em casa, olhando os emails e te convidando pra um cinema. Mas parece mesmo difícil me imaginar daqui 10 anos, vi foi um pedaço de mim escrito ali, vi foi meus últimos 3 anos. Parece mesmo que tentei achar o vaso que devo ter te enterrado esse tempo todo... Olha, eu não sei bem o porque das tentativas frustradas de te escrever Eram tantas... lembro da tua letra sabia?! lembro da tua letra e da cabeleira vermelha (vontade de te deitar no meu colo e passar os dedos no seu cabelo...) Lembro e penso que te lembrando assim, miúda... que talvez a distancia se explique com esse medo de te quebrar, (meio mãe aos quinze segurando o bebe no colo) tenho medo de estragar o que lembro da gente. E sim, mudei meu numero umas duas ou três vezes depois desse daí. Nos perdemos no escaninho da acs. quer saber, ta tudo ferrado amiga, tive que jogar fora todas as letras de todo mundo... - palavra falada se perde no ar, no tempo... é muito mundo pra elas. Já as escritas não, elas se agonizam dentro do tempo e das caixas empoeiradas nos fundos dos guardas roupas das gentes todas. e eu não podia mais ficar ali, sufocando, olhos marejados, esfregando o nariz, o peito... Me entreguei ao passar das coisas Ludy... (e não me dei o direito de comprar um gravador) Radical que sou, rasguei tudo, recolhi as letras sangrando no chão e enfiei num saco preto. Joguei pro lixeiro levar... Eu acredito que você tenha tudo guardado, mas talvez essa tenha sido minha maneira de te enterrar num vaso, te fortalecer, você e todos os outros tantos queridos, tão queridos... O que não me impede de te escrever, de te visitar, de te querer bem... me impede só de ficar perdida lá atrás... acho que quando lia vocês, lia também um pouco do que perdi de mim, (bah, não abro mão desse clichê.) sinto sua falta. bebo um café, observo meus potinhos, um de botões, um de alfinetes e outro de "canudos" de cigarro de palha. Acho que te cabe ali, acho que te cabe comigo amiga, é, me liga porque acabei de descobrir que te cabe comigo, que te cabe na minha semana, na minha casa, no meu strogonoff de domingo, no meu relógio engraçado... vamos passear um pouco! dez minutos de carinho no cabelo até ps.: a lua ta bonita hoje. oito oito dois seis - sete sete três zero

sábado, 13 de junho de 2009

(doze do seis)

eram nove e trinta e cinco; e eu nunca sei, supermecado fecha às 22hs né colega? quanto custa? okay! umas velas... uns bilhetes. o cd funcionou acredita?! a porta trancada. 30 segundos pra apertar o play. PLAY! _shhhh, você estragou a surpresa, desliga a luz e finge que não me viu. .ta bom, nem de dia dos namorados eu gosto, confesso: me esforcei para ser como os outros. mas sabe né... te amo sou sua!

bilhete um!

mãe, você precisa vir me visitar... conhecer minha torradeira nova, sei la...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

(tem muito RABISCO por aqui...)

hoje são meia noite e doze, vontade de trocar o velho caderno amarelo por folhas brancas, brancas e enormes. Agenda vazia, casa vazia, um livros marcados e umas pontas de cigarro. segredo: só limpo a casa pra poder andar tranquila de meia. talvez eu procure um emprego (ou talvez espere ele cair em cima da minha cabeça) .Preciso ler mais .Preciso lavar meus tênis de molho à uma semana. (cores realmente se misturam? ...esquece) dor de dente pra fugir do dia... Preciso dormir menos e parar com essa agonia (não, nem de rima eu gosto... agonia mesmo entende gata?) Talvez visite minha mãe... Hoje não sai de casa, mentira, é que meu ultimo cigarro caiu da janela... (andei pensando em coisas que caem das janelas... quantas coisas, quantas janelas meu deus) Porque é que tudo parece tão desesperadamente frágil aqui do lado?! Fico com medo do caixote cair e estragar sua têvê. Hoje fiquei olhando fixamente pra ele e pra têve, caixote tevê, caixote, tevê... as vezes acho que você gosta mais dela do que de mim... mas só as vezes... O que tenho feito é escovar os dentes e arrumar a cama. Arrumo que é pra ver se parece tudo mais limpinho, no lugar... E sobre os dentes, talvez seja pra sentir mais preparada pra qualquer coisa a qualquer momento. ai, tem muito RABISCO por aqui...

(já te disse menina...)

eu não sei bem, só senti o cheiro e olhei para o lado, mas foi o movimento brusco que fez com que o café caísse sobre o bilhete. te disse menina, não se escreve em guardanapos!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

(são meia noite e trinta e quatro!)

o cara da rádio falou, quinze graus;
hoje quis comprar um torradeira
o cara da loja falou, trinta e quatro reais
eu não tenho trinta e quatro reais
tenho um pote de botões, serve?!
Talvez eu troque minhas miúdezas por uma madrugada acordada.
Acordei às sete e trinta e cinco, assustei.
A àgua do filtro tem permanecido fria por esses dias
arrumei o quarto, quero espaço
Calma, cabe você!
Cabe você em todo lugar da minha vida.
quando digo que te amo, que te amo e que te amo,
não minto, não mais
acredita em mim?!
Acredito em nós, na torradeira e nos botões.
te amo assim, desesperadamente calma, fico leve contigo.
(nossa aliança tá rachada, bah, deixa pra lá)
bodas de purpurina, rs. obrigada por esse um ano.
Te espero, chega logo
são meia noite e trinta e quatro!
Hoje eu tive um dia triste, só isso...
Vem que meu pé ta gelado.
Vem que hoje eu tive um dia triste e meu pé tá gelado...
(e sei que se eu te abraçar esqueço do resto)
beijo no ombro
a sua. 04do06 - 00h34min

quarta-feira, 3 de junho de 2009

(nessa data querida...)

fique com todo meu carinho e amor, thane.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

(dos silêncios todos...)

Vai, não me olha assim como quem fala com uma atendente de supermercado.
Olha, diferente de outros dias, hoje quis te olhar nos olhos... Gosto das tuas covas sabia?! Sabe, sei que sabe, sei que sabe de tudo que gosto, tudo que guaRdo...
Para, para de falar esse tanto de coisas. Prefiro teu silêncio.
Vem, me abraça...
me abraça e diz que hoje você não tem pra onde fugir daquelas velhas histórias irritantes...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

(nãoseaproxime)

Vem, senta aqui... conversa um pouco. Não, não. Pelo amor de deus não chega perto. (vou desviar) Vai, vai pra lá... vai ver aquela fotinha ali ó. Vem, diz que eu estou bonita, elogia meus cabelos... faz tempos que você não diz nada. Nãoseaproxime, por favor. Não, você deve estar me confundindo, meu nome é Lucia...

ps.: um saquinho de vômito por favor.

Fico calada assim nos cantos não é pela maconha, é pra ver se me dá mais nojo de todos vocês e fujo logo daqui okay queridos?!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

(...que eu, que dois, que dez, que dez milhões)

.não adianta nem me abandonar porque mistério sempre há de pintar por aí pessoas até muito mais vão lhe amar até muito mais difíceis que eu prá você que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais até que nem tanto esotérico assim se eu sou algo incompreensível, meu deus é mais mistério sempre há de pintar por aí não adianta nem me abandonar nem ficar tão apaixonada,

...que nada que não sabe nadar que morre afogada por mim.

.é do gil, mas podia ser minha. ...tentando te fazer entender isso enquanto tiro de baixo da tua cabeça meu braço adormecido.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

.hoje eu acordei meio preto e branco!

terça-feira, 19 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

(me ensina que te cuido...)

.Vai mãe me ensina, me ensina que te cuido... me ensina que te cuido e te protejo.

(carta quatro; fotosnossasguardadas...)

E depois de quase tanto tempo... ...aquele cara gordinho, de mãos e pés tão iguais aos meus, de barba mal feita pouco grisalha, testa franzida... sentado no puff vermelho segurando nas mãos uma chave de fenda também vermelha. E eu ali, no chão com um cigarro de palha na mão... sem conseguir te olhar nos olhos. Sem-conseguir-te-olhar-nos-olhos pai, você entende isso? Me diz, você entende isso pai? Eu olhava tudo ao redor, todo o meu quarto, tudo o que consegui sem você nem perceber. Olhava meu tênis novo, meu colchão de casal, meus escritos na escrivaninha, minha namorada na sala, minhas tatuagens que você não gosta, a caixa de fotosnossasguardadas, fotosnossasguardadas... Quando você desviava o olhar, naquele jeito tão meu, tão nosso, tão calado - tão desesperadamente calado... eu te olhava, gosto de ver sua barba mal feita (saudade de passar o dedo nela, de dormir passando o dedo nela) me assusto com o grisalho delas, com suas rugas, com seu jeito desengonçado e doído de se distrair com a chave de fenda na mão... assim, sem nenhuma solução, sem nada que me possa conduzir, me guiar...
(e o pior: acho mesmo que talvez eu me case com um cara bem calado, caladamente sedutor, assim como você... menos sofrido talvez...)
E eu que te liguei enquanto olhava na janela do quarto os senhores e senhoras da casa da frente... aquele meu soluço de gente pequena, miúda, perguntando se você podia me visitar, que fosse para arrumar o banheiro...
Você viu pai, 'foi dificil, eu não queria' mas eu cresci! Onde você estava esse tempo todo?! Cresci e me tornei assim, meio boba demais, meio cheia de espinhas no rosto, meio fumante demais, meio sem grana demais, meio puta com o preço do feijão, meio distante demais de mim e daquelas madrugadas nossas assistindo filme e rindo da TV. Acho que faz algum tempo bem grande que não digo que te amo ou algo parecido... E acredite pai, não é por não amar, é pelo amargo dos dias que às vezes me consome, é pela ausência que me assusta, é pelo não-saber das coisas, pela minha pequenez toda... entende? ... E então, sem nenhuma solução mirabolante... você se levanta do puff vermelho, arruma o banheiro e vai embora. "_Bebe uma coca antes pai, sei que gosta..." Esse é o meu cuidar, meu único cuidar de você... oferecer uma coca gelada quando me visita!
.
mais um silêncio desses pra você,
thane.
.
ps.: mês que vem é nosso aniversário. Sei que não esquece nunca... mas é só pra me lembrar, te lembrar...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

(Gêmeos:)

.porque quando a gente clica no horóscopo antes de abrir o email é porque tem alguma coisa que não tá legal... rs.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

(do seu jeito eu não consigo, nunca consegui...)

hoje não sai nada.
tem uma pedra entupindo...
tem uma pedra amigo.
Tem uma pedraentupindo.

(...e é sobre nós que vale a pena falar...)

Sonhei com o Miúdo hoje... ...o Soldadinho saiu da caixa laranja e me entregou um barquinho de papel... me disse que está tudo bem e que eu preciso apenas organizar os entulhos do quarto dos fundos. Eu disse que é sobre ele que vale a pena falar, e não de mim. _A fragilidade aqui é sua, eu estou bonito, forte e bem cuidado. "Guarde seus olhos para si mesma pequena" E entrou de novo no fundo preto...

!

(Podaram as margaridas! Affe)

terça-feira, 12 de maio de 2009

(imagens um)

*somente para registro diário.
*Um senhor com um palito de dente no canto da boca. Um menino sem cuidado com o cego. Trabalhador vestido de chip anunciando promoções de celular . Um anão incomodado com os tapas na cabeça. Uma mulher deixa uma pasta cair no meio da rua. Um menino espera, espera.... e vai embora. Garota tropeça no salto.
°Sacolas verdes são simpáticas!
°Ui, sexy você...
_Olha o picolé...
De muleta ele pergunta: _ A praça Tubal Vilela fica longe?
_Quanto custa? _R$20. _Faz por R$10? _Não. _Ah...
_Vai se ferrar vadia!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

(sobre sentir-se no lugar)

essa urgência de ter tudo novo, arrumado. Nada de caixa feita de recortes há nove anos, nem chaveiros cheio de sentido, sentimento... Pasta de sei lá o que, só com os “sei lá o que” dentro. Sacolas dobradas. Pasta de não sei onde, só com os “não sei onde” dentro. Caixa de remédios. Folhas brancas, folhas brancas com linha, folhas coloridas... (etc etc etc) Tudo calmo, limpo e no lugar... que é pra eu poder tocar minha gaita tranqüila enquanto espero meu amor chegar do trabalho! Sei lá, acho que sonhei bonito hoje...

(sobre cerejas e sacos pretos)

Era outra vez um saco preto e uma cereja presenteada goela abaixo. Cartas, Calendários, Fotos, Caixas, Bilhetes, Colheres, Cores, etc... etc... etc... E dessa vez decidi (goela abaixo, assim como a cereja - presente bobo, forçado... sem deixar de ser bonito) eu mesma entregar pro lixeiro levar logo aquele monte de presentes com letras miúdas... Rasgadas, misturadas, sangrando choro sem lagrima nenhuma... que é pra eu ter certeza de que eu não ia ficar sangrando inteira por ai, nem que ninguém ia passar a vida inteira juntando pedaços de mim, de nós... Sobrou uma lata de pijama com peças de engenheiro dentro! ps.: 'Chega, e basta, como deve bastar tudo na vida quando se está molhado debaixo da chuva...' *surgiu la, Noite na Taverna - 09do05

quinta-feira, 7 de maio de 2009

(Agenda, CPF, RG, cadastrar currículos...)

E começa então a velha luta! Agenda, CPF, RG, cadastrar currículos, esperar, te ligarem... Se vestir bem nos padrões (daquele jeito que a gente não se veste quase nunca) pra poder se mostrar uma pessoa séria e responsável. Chegar na entrevista e ser simpática com todos... mostrando-me comunicativa! Pra se mostrar né... Porque na verdade a gente não é tão bem assim. ...esquecer Grupontapé, agora é outros quinhentos, os outros não me conhecem desde os 15 nem sabem que eu sou profissional, carismática e responsável...................... Tenho que me mostrar pra eles. _Bom, meu nome é Thane, ops, Thaneressa, tenho quase 21 anos, é... se não fosse o “quase” seria 21 (piadinha péssima thane, jura que você falou isso?! Prossiga...) _Meus objetivos? hm... poder fazer uma caminha miúda na praça às 17hs, acho que só... por hoje só. . Segunda parte (a pior eu diria): as dinâmicas e bla bla bla. _Por favor, quero que se dividam em dois grupos e usem de seus argumentos para vender essa borracha que não apaga, okay? PQP. espírito de grupo?! Eu quero mais vocês se ferrem, ta me ouvindo?! Ninguém é tão bonitinho assim sabia?! (vai me dizer que você não dá uns tapinhas na cara da sua esposa enquanto ela goza?! é... nem que nunca saiu do bar sem pagar a conta? Ta bom, esquece... não cabe aqui esse comentário...) _Bom, na verdade eu quero que esse prédio exploda no momento exato em que eu pisar na calçada e acender meu cigarro! _Sim, eu fumo... tem área de fumantes na sua empresa baby?! _Oh querido, que pena... pena pra mim eu sei... _Ta bom, eu paro... paro sim... é que me deixa menos ansiosa sabe?! _Desculpa. Eu paro, paro sim... _Oi Boa tarde, meu nome é... bom não importa, acontece que eu podia estar matando, eu podia estar roubando... mas eu estou aqui apenas pra vender essa borracha que não apaga. O senhor pode me ajudar?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

(carta três) ;verde, amarelo... vermelho!

* 31do03de2009 - 23hs58min
_Isso, quase esquina com a Floriano Ana! (você viu... cortei o cabelo!) _Pode, pode sim Ana... (não, não é novo, eu lavei ontem... rs) _Obrigada Ana. (sério?! Que bom, fico feliz. Aceita um tic tac?!) Quando digo que as “coisas” perdem o sentido muito bruscamente pra mim... é porque eu não entendo bem todos esses silêncios que vem depois que dividimos um colchão no chão por tanto tempo, então tudo bem, observo os semáforos; verde, amarelo... vermelho. E eu diria: nada, eu não diria nada... nem imaginaria os parênteses.

(carta dois)

...para Kakau, amiga de sempre. *07do04de09 - 18hs19min
(...)
...fico com medo de reencontrar velhos amigos sabia?! Minha vida anda tão chatinha, que fico com medo de não ter mais assunto. Ai penso, e porque não juntar todo mundo e fazer um macarrão.?? Puff. Besteira. Será mesmo que alguém ainda se interessa por “macarrão de grupo”? Já faz um tempo que cansei dessa rodinha de buteco, maconha e sol nascendo. Queria só sentar num sofá e não fazer nada... *Gente socorro, será que quando eu for uma velhinha grande e desengonçada, vai ter alguém pra tomar um café comigo? Ih, surto psicótico. (que paradoxo) A verdade é que não fico sozinha à tempos... sozinha de verdade, de chegar em casa, tomar um banho e ficar pelada no quarto fazendo o que quer que seja... sozinha. Mas espera ai, eu quero ficar sozinha ou te chamar pra tomar um sorvete?! Rs Saudade dos dias de treino da kakau... ... Me sinto uma adolescente de 38 antos! Ai. Essa carta não ta nada parecida com o que eu queria... as vezes as palavras ficam teimosas. Até. *03do05de09 – 13hs20min Aniversário da kakau! O que dizer?!? Que apesar da ausência, que torço por ti, confio amo e sinto um orgulho danado. Fique com meu carinho e admiração. Estou sempre aqui, mesmo que não pareça. Te amo, sempre... Um beijo. tetê *04do05de09 - 15hs21min Faltou dizer que ontem, nem sei por que, fui tomar banho e carreguei comigo o som. E parada em frente ao mini-system, sem entender o motivo desse movimento, me lembrei de você, afinal... acho que você é minha única amiga que mantém esse habito, ou mantinha?! Enfim... !!!!Ando, ainda, perdida. Fui no Cj essa semana, e antes de ir embora, eu decidi passar na casa da D. Carmem (lembra né?!) Aiai amiga, aquele bairro só pelo cheiro já me trás um tanto estranho de sensações. Bati no portão e saiu aquela velhinha toda bonita e cuidada, e apesar das rugas de sempre, na minha cabeça estava com o ar mais novo, menos velho. Abriu o portão e disse: “_Pois não?! “_ô D. Carmen, ta me reconhecendo não?! É a Thaneressa...” Meu dia, minha semana e meus quatro anos ausentes daquela porta de casa pareceram não ter existido quando ela abriu os braços e veio me abraçar... Ela disse que estou muito grande e morena. Eu ri, tentando entender que talvez ela se lembrasse só de mim branquinha, cabeleira loira subindo nas arvores... Reclamou dos “novos” vizinhos, mostrou o cachorro novo e logo gritou o Sr. Levi pra ver quem era que “tava lá”. Ele também não me reconheceu, falei quem era e no mesmo segundo eu vi passar na cabeça dele os 15 anos que morei La... Veio logo me abraçar. Ele também me pareceu mais novo... e na verdade quase tudo me parecia mais novo do que eu “tinha deixado lá”. Despedi falando que era só uma passadinha mesmo, que não vou sumir por tanto tempo e que logo ligo marcando um café. E quando saí, me deu um “desespero” com cara de choro guardado há tanto tempo... Se não tivessem cortado a arvore “lá de casa”, acho que eu teria subido e ficado lá até o tempo resolver voltar e eu puder descer correndo porque meu pai tava chegando do trabalho e eu sabia bem que ia brigar por eu estar la em cima... E aí o tempo voltar mais um tanto, pra eu poder esperar minha mãe pelo menos rapar o chão da sala e me esconder atrás da caixa de som, pra eles fingirem que me procuravam... Pra daí o tempo voltar mais outro tanto, e eu jogar a mamadeira pra longe do berço, abraçar meu cachorro de pelúcia e ouvir meu pai apertando a ponta do meu nariz e dizendo “_Dorme deuzinho neném” enquanto eu estendia o nariz do cachorro pra ele fazer “_Dorme deuzinho au au” ... Fico pensando ao escrever tudo isso, porque é que tudo parece tão longe? Porque é que pareço estar tão longe de mim, de você, da D. Carmem, dos meus pais, do Cidade Jardim, dos encontros pra fazer macarrão, do Lugar, dos meus cadernos, das arvores... e de tudo que ainda nem aconteceu?! Estamos todos vivos e não preciso de mais que vinte minutos pra chegar a tudo isso... ...perto e longe eu diria, porque não é questão de espaço, talvez tempo... entende?! (oração ao tempo de caetano, tocando no modo "repetir" desde que comecei a escrever pra ti.) Deixemos tudo isso de lado. Queria ter colocado a carta no correio antes, mas foi bom escrever hoje. Meu peito ta trincado! Será que você ficou triste por eu não ter aparecido?! E você... Ta tudo legal?! Sua vida, seus encontros, desencontros... Sabia que fico feliz quando penso em você?! Queria que soubesse da saudade, do carinho e da minha admiração por você... Mas e você, se sente assim?! Espero que nos vejamos logo... vamos sentar num meio fio qualquer dia desses, falar da vida e tomar um café?! Te amo amiga, apareça sempre que puder.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

(carta um)

Mas me desculpe meu amigo, essa ausência toda de palavras.
é que anteontem eu tinha alguem que ficava ao lado, viagiando para as letras não fugirem, e sendo assim, elas ficavam pouco timidas e se escondiam.
Agora meu caro, tenho alguem que faz carinho nos meus pés enquanto escrevo, e acredite elas, as letras, inventaram de ficarem lerdas...
Então... começemos pelo pouco. certo?!
ps.: imagem roubada de uma estranha curiosa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

(.carta para Isa.)

dezesseis de janeiro de dois mil e nove, às 10horas e 51minutos
Minha pequena Isa...
Hoje eu acordei com uma saudadezinha boa de voce... saudade com gosto de nuvem, lembra?
A tia tem tido dias lindos, mas miúdinhos... quietinhos sabe...
Voce aparece em mim as vezes, e isso é tão bom!!!!
Me faz acreditar que talvez eu não tenha me perdido tanto assim de mim nos ultimos 3 anos.
E é bom, é bom te encontrar sentadinha na escada me esperando, naqueles dias em que volto pra casa, com aquela dorzinha no peito que só eu sei, dessa sensação que espanca, de quem não tem ninguem esperando... solto um suspiro e abro o portão, e lá esta você com essa carinha sapeca me estendendo a mão e falando "ôôô tiiiiia, vc demorou heim? Toma aqui esse desenho..."
Ai, você me desmonta!
E eu confesso sim que de vez enquando tenho vontade de te roubar... pra brincar um pouco na praça, comprar algodão doce e lambusar a cara, andar com um balão vermelho na mão, deitar e rolar naquela grama verdiiiinha... ta bom, eu gosto de te mimar!
aiai! Sabe que na verdade mesmo, acho que queria era te tocar... passar a mão no teu rostinho!
Gosto de te imaginar dormindo Isa, eu ficaria a noite inteiriiiiinha só te olhando... Você tem tudo de bonito que um dia eu guardei nem sei aonde...
E talvez seja por isso que as vezes "você me dói tanto"...
Não, não chora... é uma dorzinha boa Isa, um dia a tia te explica... (ou não, poque as vezes acho mesmo que você vai ser sempre assim, miúda! E gente miúda não precisa saber essas coisas que espancam não...)
Te amo sempre e profundamente, você é uma das poucas coisas que eu sei bem que não vai perder o sentido pra mim, você está em mim Isa!
um beijo de crepon...
com tudo de bom que tenho guardado aqui...
thane!
ps.: a tia agora tem um peixe, chama-se Dorothy, você vai gostar dela, eu sei!
Sei também que você sabe bem a hora de aparecer, pois apareça... a tia comprou 'glibsses' pra você brincar!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

(shhhhh. quieta!)

'Tenho dias lindos, mesmo quietinhos...'

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

(vem, vamos navegar como eles...)

t.: hoje o dia ta de que cor?
m.: branco. e ai?
t.: vento tem cor? Porque aqui ta uma cor parecida com vento...
m.: tem sim, cor de historia pequena e profunda, meio vermelho veludo eu acho...
t.:é por ai...
.
.
.pra nós, que sempre nos encontramos meio felizes e perdidos nessas janelas...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

(dos sonhos reencontrados...)

(...aqueles que simplesmente não se guardam...)
...quase
....o telefone. dizem por ai que a chuva atrapalhou.
...de quem ja havia dito antes "Por favor, não me deixe sozinha à conversar com essa garrafa de café, por favor..."
...aqui nesse Lugar carregado de quase tudo.
.mas é que... quase, quase tudo mudou.
04do01
19hs.34min.
pelos telhados...