terça-feira, 16 de junho de 2009
(carta cinco; para ludy querida)
oi princesa,
é dia quinze de junho,
dia de pagar a C&A,
dia de querer pular o dia 19,
dia de parar o relógio e escrever pra ti,
desligo o som.
Demorei pra digerir o texto que me escreveu ontem, me deu uma daquelas pontadas, punho pulsando... sabe?!
Li e olhei pro meu reflexo na tela fria do pc, quis ver uma mulher de 32 anos, 64kg, marido e filho esperando em casa, olhando os emails e te convidando pra um cinema.
Mas parece mesmo difícil me imaginar daqui 10 anos, vi foi um pedaço de mim escrito ali, vi foi meus últimos 3 anos.
Parece mesmo que tentei achar o vaso que devo ter te enterrado esse tempo todo...
Olha, eu não sei bem o porque das tentativas frustradas de te escrever
Eram tantas...
lembro da tua letra sabia?!
lembro da tua letra e da cabeleira vermelha
(vontade de te deitar no meu colo e passar os dedos no seu cabelo...)
Lembro e penso que te lembrando assim, miúda... que talvez a distancia se explique com esse medo de te quebrar,
(meio mãe aos quinze segurando o bebe no colo)
tenho medo de estragar o que lembro da gente.
E sim, mudei meu numero umas duas ou três vezes depois desse daí.
Nos perdemos no escaninho da acs.
quer saber, ta tudo ferrado amiga,
tive que jogar fora todas as letras de todo mundo...
- palavra falada se perde no ar, no tempo... é muito mundo pra elas.
Já as escritas não, elas se agonizam dentro do tempo e das caixas empoeiradas nos fundos dos guardas roupas das gentes todas.
e eu não podia mais ficar ali, sufocando, olhos marejados, esfregando o nariz, o peito...
Me entreguei ao passar das coisas Ludy...
(e não me dei o direito de comprar um gravador)
Radical que sou, rasguei tudo, recolhi as letras sangrando no chão e enfiei num saco preto.
Joguei pro lixeiro levar...
Eu acredito que você tenha tudo guardado,
mas talvez essa tenha sido minha maneira de te enterrar num vaso, te fortalecer,
você e todos os outros tantos queridos, tão queridos...
O que não me impede de te escrever, de te visitar, de te querer bem...
me impede só de ficar perdida lá atrás... acho que quando lia vocês, lia também um pouco do que perdi de mim, (bah, não abro mão desse clichê.)
sinto sua falta.
bebo um café,
observo meus potinhos, um de botões, um de alfinetes e outro de "canudos" de cigarro de palha.
Acho que te cabe ali,
acho que te cabe comigo amiga,
é, me liga porque acabei de descobrir que te cabe comigo,
que te cabe na minha semana, na minha casa, no meu strogonoff de domingo, no meu relógio engraçado...
vamos passear um pouco!
dez minutos de carinho no cabelo
até
ps.: a lua ta bonita hoje.
oito oito dois seis - sete sete três zero
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