sábado, 20 de junho de 2009

(das coisas imóveis)

Acordei espalhada em pedaços pela cama.
Quis chorar.
Levantei, fui até o banheiro,
com as mãos sobre a pia olhei meu rosto marcado.
O lápis borrado, a cara borrada, o peito borrado,
Desmanchei... virei àgua borrada.
Àgua é difícil juntar e colocar num pote.
Passei um pano em mim.
Me olhei de novo no espelho
me sinto suja aos vinte e um,
me sinto suja nesse sábado, nesse corpo.
Quando eu era pequena e recriminava minhas atitudes
eu me batia na cara,
eu me batia na cara.
Quis me bater na cara por estar tão assim, imóvel.
(o velho clichê de ver a vida passar)
chorei.
chorei e lembrei das palavras de um amigo:
"quando você chora, pense que pode ser por outra coisa..."
Não amigo, hoje não pode ser por outra coisa.
Minha imobilidade me consome.

2 comentários:

Unknown disse...

..e se eu te cantar uma música bem bonita?
meu amor..

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.